Estávamos todos espalhados pela casa, éramos 12 netos de Dona Zizinha, exaustos das brincadeiras no Clube Campestre. Vendo televisão, planejando as próximas aventuras, ou desventuras. De repente entra vovó, com um pote de vidro na mão, cheio de cocadinhas. Os olhos arregalados e brilhantes das crianças, principalmente desse gordinho que vos escreve, os dedinhos pequenos mas ágeis aos olhos de Dona Zizinha se preparando para o bote. O truque era pegar o mais rápido possível para poder pegar mais enquanto vovó contava que "_ Essa cocada foi a tia Sinhá que me ensinou a fazer..."
Eu nunca soube de quem a Tia Sinhá era parente, se era tia da minha avó, do meu pai ou minha, sei que todos a chamávamos de tia, pra ser sincero, eu nem me lembro dela. Só me lembro que era velha, bem velha, alguma coisa entre os 90 e o infinito.
"_Peguem uma só para não estragar o apetite.Depois vocês não jantam, seus pais vão achar que não dou comida pra vocês..." Dizia e saía em seus passos lentos, até que se transformava em um barulhinho na cozinha. Nós, felizes, olhares cúmplices, bolsos cheios de cocada.
Cocadinha da Tia Sinhá
1 prato fundo de coco ralado
a mesma medida de açúcar refinado
2 xícaras de leite
canela em casca a gosto
Modo de preparo
Misture os ingredientes e leve ao fogo, mexendo sempre até aparecer o fundo da panela, Desligue o fogo e bata vigorosamente por alguns minutos até começar a açucarar nas bordas da panela.
Despeje em pedra molhada e corte os pedaços.