quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cocadinhas da tia Sinhá

Estávamos todos espalhados pela casa, éramos 12 netos de Dona Zizinha, exaustos das brincadeiras no Clube Campestre. Vendo televisão, planejando as próximas aventuras, ou desventuras. De repente entra vovó, com um pote de vidro na mão, cheio de cocadinhas. Os olhos arregalados e brilhantes das crianças, principalmente desse gordinho que vos escreve, os dedinhos pequenos mas ágeis aos olhos de Dona Zizinha se preparando para o bote. O truque era pegar o mais rápido possível para poder pegar mais enquanto vovó contava que "_ Essa cocada foi a tia Sinhá que me ensinou a fazer..." 
Eu nunca soube de quem a Tia Sinhá era parente, se era tia da minha avó, do meu pai ou minha, sei que todos a chamávamos de tia, pra ser sincero, eu nem me lembro dela. Só me lembro que era velha, bem velha, alguma coisa entre os 90 e o infinito.
"_Peguem uma só para não estragar o apetite.Depois vocês não jantam, seus pais vão achar que não dou comida pra vocês..." Dizia e saía em seus passos lentos, até que se transformava em um barulhinho na cozinha. Nós, felizes, olhares cúmplices, bolsos cheios de cocada. 

Cocadinha da Tia Sinhá

1 prato fundo de coco ralado
a mesma medida de açúcar refinado
2 xícaras de leite
canela em casca a gosto

Modo de preparo
Misture os ingredientes e leve ao fogo, mexendo sempre até aparecer o fundo da panela, Desligue o fogo e bata vigorosamente por alguns minutos até começar a açucarar nas bordas da panela.
Despeje em pedra molhada e corte os pedaços.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Conforto

À luz dos últimos acontecimentos, de minha saúde antes quase perfeita, agora já nem tanto, meu estado emocional ainda mais debilitado. Busco nas minhas mais doces lembranças um pouco de conforto, a sensação do colo de minha querida vovó. Abro a geladeira e eis que "ele" me aparece, quase que reluzente, sedutor, convidativo. O leite.
Imediatamente ponho a chaleira seca no fogo, já começo a me sentir melhor, o açúcar derretendo, o cheiro me transporta pra dias felizes, canela, o caramelo dourado estala quando derramo o leite gelado por cima, dá vontade de comer assim, aquela bala de caramelo no meio do leite. Leite quente enfim, derrete o caramelo, lembro do fogão de asas, branquinho. O leite dourado caindo bem do alto faz espuma na caneca. Canela polvilhada parece a colcha bordada de vovó. "_É pra tomar embaixo das cobertas, com biscoito ruco-ruco."
Boa noite vovó.




Queimadinha

1 xícara de leite frio
2 colheres de açúcar
canela a gosto


Modo de preparo
Derreta o açúcar até ficar dourado, despeje o leite frio sobre o caramelo e acrescente a canela,espere ferver e sirva.